13/04/1939
13/04/2025
Élido de Souza
Élido de Souza partiu no mesmo dia em que nasceu, 86 anos depois, como se o tempo tivesse feito um ciclo completo. Deixou uma vida inteira de exemplos, sabedoria silenciosa e um carinho que se espalhava feito raiz em terra fértil.
Nascido no interior de Minas, Élido aprendeu desde cedo o valor do trabalho, da palavra dita com calma e do silêncio respeitoso. Foi marceneiro, mestre de muitos ofícios e conselheiro de ainda mais corações. Cada móvel que fez carregava mais do que madeira: tinha alma, paciência e capricho.
Casou-se com Dona Zilda, com quem construiu um lar feito de riso baixo, pão quentinho e filhos que cresceram ouvindo histórias contadas à beira do fogão. Amava café coado forte, rádio ligado bem cedo e sentar no banco da praça pra ver o tempo passar — ou melhor, pra provar que o tempo também pode descansar.
Era o tipo de homem que não falava muito, mas quando falava, todo mundo parava pra ouvir.
No fim, pediu só isso: que ninguém ficasse triste demais. Que lembrassem dele cada vez que sentissem cheiro de madeira fresca, ou ouvissem um sabiá cantando no quintal.
Áudios para posteridade
O som do serrote
A janela da Zilda



